Membros da comunidade criaram ônibus de papelão para a campanha (Foto: Laura Brentano/G1) |
Uma comunidade de hackers brasileiros conseguiu arrecadar R$ 58 mil em 50 dias por meio de um site de financiamento colaborativo para comprar um ônibus velho. Apelidado de “Ônibus Hacker”, a ideia do grupo é "invadir" cidades brasileiras com tecnologia e debate político.
O grupo Transparência Hacker, criado em outubro de 2009, hoje conta com 600 membros que discutem política e formas de simplificar as informações disponíveis pelos sites do governo. O ônibus será o transporte utilizado por essa comunidade para mostrar como a tecnologia pode ajudar as cidades a controlarem o que seus governos estão fazendo. “Não queremos criar ferramentas para facilitar a vida das pessoas e entregar tudo ‘mastigado’. Queremos visitar cidades e ajudar a população, com o nosso conhecimento técnico, a criar os seus próprios processos de transparência”, explica Pedro Markun, um dos membros da comunidade. “A ideia não é chegar no município e entregar a salvação. Queremos capacitar, trabalhar e dialogar. Tem muita gente no Brasil que está preocupada e que não tem condição técnica para isso”, completa.
Um dos objetivos da comunidade, segundo o integrante Pedro Belasco, é sensibilizar os políticos e a sociedade sobre os benefícios de fornecer informação pública de uma maneira que ela possa ser reutilizada por qualquer pessoa. “Isso só pode melhorar a gestão pública e ativar novas maneiras de participação”, opina. A ideia de comprar um meio de transporte surgiu a partir do anúncio de um ônibus de uma banda. “Quando vimos o espaço que esses veículos têm por dentro, com camarim e figurinos, começamos a imaginar como seria montar um para a nossa comunidade”, conta Markun. Há pouco mais de 50 dias, o Transparência Hacker publicou a ideia sobre o ônibus no site Catarse, que divulga projetos que buscam financiamento por meio da doação de internautas. O objetivo era arrecadar R$ 40 mil (valor de um ônibus antigo). Um dia antes do encerramento do prazo para doar, eles atingiram a meta. No final, conseguiram juntar R$ 58 mil de 460 internautas.
Conforme Diego Reeberg, sócio do Catarse – que acaba de completar 6 meses de operação –, o Ônibus Hacker foi o maior projeto da história do site em termos de arrecadação. A maioria das doações partiu de usuários que apoiaram a ideia do ônibus, segundo Markun. “Recebemos também de algumas empresas e amigos. Porém, 90% vieram de internautas espalhados pelo Brasil. Hoje, temos um compromisso com eles”, explicou. Tanto que uma das primeiras cidades que o grupo espera levar o ônibus é Santarém (PA). “Moradores do município doaram R$ 1 mil e 500 muiraquitãs, uma moeda social que circula internamente na cidade”, explicou Markun.
O grupo Transparência Hacker, criado em outubro de 2009, hoje conta com 600 membros que discutem política e formas de simplificar as informações disponíveis pelos sites do governo. O ônibus será o transporte utilizado por essa comunidade para mostrar como a tecnologia pode ajudar as cidades a controlarem o que seus governos estão fazendo. “Não queremos criar ferramentas para facilitar a vida das pessoas e entregar tudo ‘mastigado’. Queremos visitar cidades e ajudar a população, com o nosso conhecimento técnico, a criar os seus próprios processos de transparência”, explica Pedro Markun, um dos membros da comunidade. “A ideia não é chegar no município e entregar a salvação. Queremos capacitar, trabalhar e dialogar. Tem muita gente no Brasil que está preocupada e que não tem condição técnica para isso”, completa.
Um dos objetivos da comunidade, segundo o integrante Pedro Belasco, é sensibilizar os políticos e a sociedade sobre os benefícios de fornecer informação pública de uma maneira que ela possa ser reutilizada por qualquer pessoa. “Isso só pode melhorar a gestão pública e ativar novas maneiras de participação”, opina. A ideia de comprar um meio de transporte surgiu a partir do anúncio de um ônibus de uma banda. “Quando vimos o espaço que esses veículos têm por dentro, com camarim e figurinos, começamos a imaginar como seria montar um para a nossa comunidade”, conta Markun. Há pouco mais de 50 dias, o Transparência Hacker publicou a ideia sobre o ônibus no site Catarse, que divulga projetos que buscam financiamento por meio da doação de internautas. O objetivo era arrecadar R$ 40 mil (valor de um ônibus antigo). Um dia antes do encerramento do prazo para doar, eles atingiram a meta. No final, conseguiram juntar R$ 58 mil de 460 internautas.
Conforme Diego Reeberg, sócio do Catarse – que acaba de completar 6 meses de operação –, o Ônibus Hacker foi o maior projeto da história do site em termos de arrecadação. A maioria das doações partiu de usuários que apoiaram a ideia do ônibus, segundo Markun. “Recebemos também de algumas empresas e amigos. Porém, 90% vieram de internautas espalhados pelo Brasil. Hoje, temos um compromisso com eles”, explicou. Tanto que uma das primeiras cidades que o grupo espera levar o ônibus é Santarém (PA). “Moradores do município doaram R$ 1 mil e 500 muiraquitãs, uma moeda social que circula internamente na cidade”, explicou Markun.
Pedro Markun eedro Belasco visitam um ônibus que pensam em comprar (Foto: Arquivo Pessoal) |
Com o dinheiro em mãos, o grupo agora pesquisa as melhores opções de ônibus e espera comprá-lo em 40 dias. Sobre os planos e os roteiros de viagem, nada foi organizado ainda. “Muitas vezes as pessoas nos perguntavam: mas por que vocês querem um ônibus? Gente, é um ônibus, dá para fazer um monte de coisas. Agora que conseguimos o dinheiro, vamos começar a responder essa pergunta”, conta Daniela Silva, membro do Transparência Hacker.
Como vai funcionar?
O Ônibus Hacker é um projeto de transparência política e de inclusão digital, segundo o grupo. “Falamos do Brasil que está conectado e temos pouca noção da extensão disso. Agora, teremos a oportunidade de mapear a conectividade pelo país afora”, diz Daniela. A ideia é mostrar os locais onde operadoras disponibilizam sinal de celular e internet. “O mapa vai mostrar qual a conexão que o ônibus tinha em cada região”, diz Markun. Para isso, eles irão construir um aparelho que portará modens 3G de todas as operadoras.
O grupo também planeja mapear outros aspectos das condições de infraestrutura. “Queremos ter um aparelho GPS para que os internautas acompanhem onde está o ônibus. Mas não apenas para isso”, explica Daniela.
Grupo avaliou o valor de R$ 40 mil por meio de um ônibus vendido na web (Foto: Laura Brentano/G1 |
O Transparência Hacker participa de um projeto chamado Mapas Livres, que compartilha informações sobre o mapeamento do Brasil. “A gente adoraria criar mais mapas no interior. Tem muitos lugares onde o Google Maps não funciona ou que o GPS não pega. Queremos contribuir para que mais áreas do Brasil sejam bem mapeadas”, diz Daniela.
“Membros da comunidade da cidade de São Carlos (SP) também sugeriram colocar no ônibus um robozinho que mede, pela trepidação do ônibus, se tem buraco ou não na estrada”, conta Markun. Transformar o veículo em uma lan house itinerante também está nos planos do grupo. “O ônibus terá gazebos que podemos tirar para fora e montar uma espécie de lan house. Assim, poderemos compartilhar o sinal de internet”, diz Markun. Como a ideia é comprar um ônibus de banda, o espaço disponível além dos bancos será preenchido com mesas de trabalho.
Outro projeto da comunidade é promover um “festival de instalação de software livre”. “Você tem uma lan house com cinco computadores que não estão funcionando porque o sistema operacional Windows está desatualizado. Eu já vi isso acontecer no interior do Brasil. Por que não instalar uma solução livre que não precisa depender disso?”, explica Daniela.
Como começou?
A comunidade se encontrou pela primeira vez no evento Hacker Day, que reúne desenvolvedores que passam a madrugada resolvendo problemas em cima de códigos. Foi nessa ocasião que surgiu a ideia de criar o Transparência Hacker, em outubro de 2009. “Pensamos em juntar a filosofia de passar horas tentando desmembrar um problema insolúvel com a ideia de transparência pública e política. Ou seja, usar dados públicos e conhecimento técnico para resolver os problemas da sociedade”, conta Markun.
Em seguida, a comunidade inventou o evento Transparência Hacker Day, que já foi realizado mais de 15 vezes no Brasil. A maioria das edições aconteceu em São Paulo, por isso o grupo decidiu comprar o ônibus, para expandir para o resto do país.
O evento tem o objetivo de reunir de 30 a 50 pessoas com conhecimento técnico e com boas ideias. “No primeiro momento, fazemos um levantamento de ideias e habilidades. Vemos as pessoas que querem criar um site de transparência para a sua cidade, por exemplo, e juntamos com um desenvolvedor que pode ajudar”, explica Daniela.
A finalidade, segundo ela, é criar um grupo de trabalho para sentar e começar a desenvolver os projetos. Até hoje, os eventos aconteceram em cidades que tinham pessoas interessadas em organizar o Transparência Hacker Day. “Agora, poderemos ir ao encontro das pessoas com o ônibus”, diz Daniela.
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