terça-feira, 8 de março de 2011

Lixo espacial (Space Debris)

Fim de Carnaval sempre deixa um aperto no peito, mas o importante é que deu para descansar, agora é retomar as atividades, que não são poucas. Chegando em casa, fui tirar as roupas da mala e sincronizar minha vida real com a virtual. Aproveitei e dei uma passada lá no canal do PC Siqueira para ver seu novo vídeo, no qual ele  expõe um ponto de vista sobre a atual condição ambiental do planeta e apresenta uma solução: a exterminação da raça humana. Apesar de não concordar com tudo que ele diz, admiro muito sua opinião. O vídeo você confere abaixo.

 


Na minha viagem de Carnaval, fiz uso do popular GPS via celular. Quem já usou/usa sabe que é uma verdadeira mão na roda. O GPS é um sistema que faz uso de satélites geoestacionários para dizer sua localização, velocidade, e outras informações importantes. A China tem um ambicioso projeto de construção do seu próprio sistema de GPS, baseado no lançamento de 12 a 14 satélites durante o período de 2011 a 2015. Juntamente com a China, a Europa, e a Rússia também tem planos de lançar satélites para seus sistemas de GPS. 

Daí pensei "Qual séria um impacto negativo nesta suruba de satélites na órbita do nosso planeta?" Leve em consideração os satélites em funcionamento, os que não funcionam mais, a Estação Espacial Internacional, os novos satélites que estão por vir, e mais um monte de peças de missões espaciais. Fazendo uma rápida pesquisa, descobri o termo em inglês usado para lixo espacial, que é "Space Debris". Observe as imagens abaixo.
Space Debris - Imagem 1

Space Debris - Imagem 2
O que você está vendo são representações dos objetos espaciais em órbita próxima à Terra (os detritos não estão em escala com o planeta). Realmente inacreditável. Fazendo um paralelo com o video do PC sobre o papel do homem na destruição do planeta, fica fácil de perceber que isso vai muito mais além. Não estamos "fodendo" apenas com o planeta, está sobrando até para o espaço fora dele. Isso trás muitas consequências desastrosas, pois os detritos colidem com satélites em funcionamento, onibus espaciais e até com a estação espacial. Sem contar uma possivel reentrada destes detritos na atmosfera, o que já aconteceu diversar vezes.
Parte de baixo da asa da Discovery. Os pontos escuros são reparos devidos a colisões com lixo espacial em missões.
Lixo espacial no Texas.

A Estação Espacial Russa (MIR) tem a eficiência dos seus painéis solares comprometida devido ao impacto com detritos espaciais.
Existe um estudo dos detritos espaciais feita em 2003 chamado "ESA Space Debris Accumulation" que separa o lixo espacial nas seguintes categorias:
  • 41% -- Fragmentos diversos
  • 22% -- Espaçonaves velhas
  • 13% -- Objetos relacionados à missões
  • 7% -- Espaçonaves operacionais
  • 7% -- Corpos/restos de foguetes

Percebe-se que pouca coisa que está em orbita no nosso planeta é relevante, Somente 7% deveria estar lá, o resto é lixo. Apesar do risco que esses detritos oferecem, ainda não existe uma solução para tratá-los de forma adequada. Uma solução é a reentrada controlada destes objetos, que muitas vezes desentregam-se ao reentrar na atmosfera.

Tirar os satélites de órbita logo no final de suas vidas operacionais também seria uma efetiva medida de mitigação. Isso poderia ser facilitado por um mecanismo, conhecido em inglês como "terminator tether", onde um "cabo" eletrodinâmico, (extremamente longo e resistente, porém pouco denso) ligaria o aparato à Terra, transmitindo a energia necessária para que o mesmo conseguisse diminuir a velocidade. Nos casos em que o sistema usado para provocar a fuga de órbita exigisse muito combustível, o "terminator tether" poderia simplesmente alterar a órbita do satélite em questão, de forma que este pudesse realizar a fuga de rota sozinho, passados alguns anos.

Existem 4 tipos de Terminators Tethers, clicando nos nomes você será redirecionado para a página com detalhes sobre cada um (em inglês).

Os detritos espaciais são do meu ponto de vista um efeito colateral da exploração espacial, um ciclo "normal" olhando através de uma perspectiva cientifica. Interessante pensar que a mesma tecnologia que ajuda o homem pode destruí-lo. Seria possível desenvolvimento sem destruição? Você já pensou quantas pessoas/animais morreram para que tivéssemos os medicamentos de hoje? O que resta é limpar a sujeira com a mesma vontade que temos em explorar.

..::: SPACE DEBRIS LINKS :::..

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